Tuesday, February 27, 2007

Blue Mountain Parte 2: O Resgate.

É impressionante como no volante de um carro tudo pode mudar rapidamente. Um pequeno deslize e às vezes, já era... Naquele sábado foi exatamente assim. Estávamos indo bem. Mas num momento repentino caímos numa espécie de barranco que fica ao lado da pista. Declive esse que costuma ocorrer quando tem grandes plantações em volta. A neve chegava numa dada altura que não conseguiamos ver o que fazia parte da estrada e o que fazia parte da “plantação”, tamanha a quantidade de neve. Quando olhávamos em volta parecia tudo um campo de mesmo nível e com acostamento que estamos acostumamos a ver na estrada.

Ainda bem que quando caímos eu não tentei, numa medida desesperada, tentar forçar o carro a sair, enfiando o pé no acelerador por exemplo. Nosso primeiro movimento é o de sair o mais rápido possível sem nos darmos conta que já é tarde demais. Talvez se tivesse feito isso o estrago poderia ter sido bem maior.

Quando o carro parou e tivemos que sair pelo lado do motorista, a primeira reação, claro, é olhar em volta do carro. Comecei a olhar mais de longe, fui pra trás do carro pra ver a situação e, quando dei um segundo passo à frente da traseira do carro em direção pra fora da pista, caí também.... :-) A neve veio quase na minha barriga. Era aquela neve bem fofa onde o gelo não chega a se solidificar e, por isso, ela ficou tão alta a ponto de ficarmos eu e o carro afundados na neve (tive que ter uma ajudinha pra subir de novo)...hehehe.

Assim que me recompus novamente, me dei conta que estávamos sem carro, sem celular, num frio de rachar (isso que já estamos mais acostumados), sem conhecer nada, sem saber a quem recorrer, sem pai, sem mãe, etc....hehehehe. Ah! Estávamos sem aquele gancho que fica atrás pra engatar o reboque. O que complicaria ainda mais a nossa situação... Quando olhamos em direção à esquina aonde tínhamos dobrado, antes de cair, vimos uma caminhonete desobstruindo o pátio de uma casa usando aquelas pás. Era nossa primeira chance de conseguir alguma ajuda e foi então que fomos até eles chorar as pitangas....rs.

O pessoal parecia gente fina. Um deles foi conosco até o carro ver a situação e procurou logo de cara pelo maldito engate do reboque que tava faltando. Foi quando ele disse que se tivesse o reboque bastava eles usarem correntes pra poder puxar o carro. Foi nesse momento que o motorista colocou a caminhonete do nosso lado, onde estava o carro. Primeira coisa que o cara me disse???

- Peguei as correntes, onde tem o engate pra gente puxar?

- Não temos.

- Cara, não posso me responsabilizar por qualquer dano no veículo, se der algum problema no momento de puxar será responsabilidade de vocês, vocês querem mesmo assim?!

Infelizmente não pudemos aceitar. E se na hora de puxar despedaçasse um pára-lama ou o pára-choque? isso se o carro não virasse de vez no barranco! Já tava imaginando o carro rolando e as coisas ficarem cada vez piores...hehehehe. Sabem aqueles filmes onde a situação dos personagens só vai piorando? Pois é, O Trailer já tava rodando na minha cabeça, só bastava teclar o Pray, digo, Play pra rodar de vez.

Foi quando lembramos que o carro não era nosso, era da locadora e que estávamos pagando um bom dinheiro e que tudo poderia ser mais fácil, afinal eles têm equipe especializadas pra isso e certamente ligaríamos e eles resolveriam tudo, certo? Errado. Como não tínhamos telefone o cara oriental que estava nos ajudando (um dos que estavam na casa da esquina) pegou o celular e ligou pra Hertz. Atendeu uma mensagem indicando um outro número sendo que nesse momento, já estávamos há uns dez minutos num frio onde a sensação térmica beirava os menos 30. O tempo era algo que corria definitivamente contra nós. Sim, porque quando o carro estraga no Brasil e vc fica esperando ajuda você não vira picolé.

Puxei o meu celular (que não tem chip habilitado) o qual tem teclado completo onde "posso" escrever até esse blog se quiser! O problema que na hora do frio, a articulação dos meus dedos já não funcionavam direito....rsrsrs. Não conseguia de jeito nenhum acertar as teclas. E o cara esperando eu usar aquele aparelho todo bonitinho mas que na hora do pega-pra-capar mais dificultou do que ajudou.

Anotado o número fomos até uma padaria que estava há uns 300 metros pra poder se abrigar um pouco e desalugar o amigo de olho puxado que nos emprestou o celular. Chegamos nesse lugar e a primeira coisa foi tentar usar o telefone pra pedir ajuda pro número que a assistência da Hertz nos forneceu. Ligamos pro tal número e nada. Ligamos de volta pra Hertz e nada. Sem chance... tentamos várias vezes e nada. Acabamos saindo e fomos novamente alugar o cara do celular...

Sem exageros, o cara ficou uma meia-hora com a assistência da Hertz (só não me pergunta porque da padaria não funcionava...). Foi um dos piores serviços de call center que já usei, acho que só perde pro da BrasilTelecom (páreo duro)....rsrsrs. O cara já começou a se indignar pois já estávamos há vinte minutos e o atendente, que parecia fazer de propósito, perguntava várias vezes a mesma coisa: nome de quem alugou o carro, placa, número da reserva, etc. Quando ele terminava de fazer a última pergunta, ele começava tudo de novo. Isso quando o cara da Hertz não emendava com perguntas esdrúxulas como a cor do carro, dá pra acreditar?! Nisso o frio já era quase insuportável. Eu olhava pro cara, sem luva, falando no telefone e já tava com pena do coitado... Ele já devia estar mais do que arrependido. Acho que ele só não desligava porque ele ficou muito indignado com a Hertz. Só faltou xingar a mãe do cara do outro lado da linha...

Sem contar que enquanto ele ficava no telefone, começamos a puxar conversa com o camarada dele e descobrimos que eles estavam saindo pescar no gelo (Ice Fishing), onde o pessoal faz um buraco no gelo, coloca anzol e espera o peixe fisgar...

Não preciso dizer que não conseguimos nada com a Hertz né?! Simplesmente desistimos. Voltamos pra onde estava o carro e procuramos pegar todas nossas coisas afinal resolvemos deixar ele ali mesmo e voltar pra Toronto de algum modo. Assim poderíamos avisar pessoalmente a Hertz que o carro deles ficou preso na neve.

Voltamos mais uma vez pra padaria (isso já tínhamos uns 45 minutos na rua, nevando ainda por cima). Foi daí que atinei de deixar um bilhete caso alguém tentasse mexer no carro. Anotei um bilhete, peguei algo pra colar no lado de dentro do carro e fui até lá. Na volta, quando estava quase chegando na padaria uma viatura me parou e o policial perguntou:

- É você o cara que ficou com o carro preso na neve?

- Sim. Fomos fazer um retorno e caímos.

- Se você quiser posso tentar conseguir ajuda pra você, você quer?

Como no meio dessa estória toda já tinham parado duas outras caminhonetes pra prestar ajuda mas que sempre esbarrávamos com o fato de não ter onde puxar o carro, dei uma vacilada na pergunta do policial. Afinal eu sabia que o carro não tinha a droga do engate e que se desse algum problema a responsabilidade seria toda nossa. Sim, porque uma coisa é deixar pra alguém da Hertz se responsabilizar caso dê algum problema. Outra coisa somos nós, meros mortais, nos responsabilizarmos. Percebendo a vacilada ele disse com um tom mais incisivo: - Vai querer ajuda ou não?!

Foi aí que aceitei. E lá fui pro banco de trás da viatura da polícia canadense. Tava me sentindo um marginal já...hehehe. Depois de uns dez minutos na parte de trás do carro esperando o dono de um guincho que o policial conhecia, voltamos ao supermercado pra pegar o Maurício.

Como já fazia no mínimo uns vinte e cinco minutos que tinha saído, avistamos ele já na porta do supermercado. O Policial chegou perto dele e disse pra ele entrar no carro. Nessa hora tive que rir...hehehehe. Vi ele balançando a cabeça com uma cara de que não era com ele, como se dissesse não fui eu! não fui eu! ....hehehehe. Quando o policial falou de novo pra ele entrar e apontou pra quem estava atrás, ou seja, eu, ele entrou...Tirei um sarro da cara dele mas ele falou que na hora o policial não disse que era sobre o assunto do carro... :-)

Bom, o fato é que o policial ficou conosco no local do crime, digo, do carro caído na estrada e dez minutos chegou a Tow Truck (guincho). Se não fosse pelo policial certamente teríamos gasto bem mais com ônibus, táxi até a rodoviária da cidadezinha e mais o guincho da Hertz que não seria nada baratinho.

PS1: Desculpa ter demorado uma semana pra escrever de novo a segunda parte. Mas essa tem sido a freqüência que tenho conseguido me dedicar pro blog.

PS2: Quando me vi dentro do nosso carro de novo, com o motor ligado, lembrei: vou ter que fazer a volta de qualquer maneira pois ainda estávamos na estrada errada.... Não preciso dizer que fiz o U mais perfeito da minha vida!

PS3: No final, eram mais ou menos 12:30 da tarde de sábado (saímos às 8:05) e o ocorrido foi por volta das 9:45. Passamos o dia inteiro em Blue Mountain com um prejú de apenas $30 pra cada um (em função do guincho) e não tivemos nenhum arranhão no carro. E aí? Será que tivemos sorte? :-)

Monday, February 19, 2007

Blue Mountain Parte I: A Missão.

Como não tínhamos feito nada de muito diferente desde que chegamos no Canadá, resolvemos abrir a nossa “temporada” de turismo. Nas próximas semanas queremos conhecer Ottawa, CN Tower, Niagara Falls, Ontário Cience Centre e outros mais que devo estar esquecendo...

Pra começar nada melhor do que uma estação de esqui pra mexer um pouco o esqueleto afinal só gelo, comida à vontade e nada de esporte fica mal... Somado ao fato de termos trabalhado pra caramba nas últimas três semanas incluindo dois sábados de trabalho, resolvemos, um dia antes, acordar bem cedo no sábado à ponto de chegar no café por volta das sete e pouco e sair no máximo às oito. Isso tudo pra chegar o mais cedo possível em Blue Mountain - uma estação pra praticar esqui e snowboarding. Pra chegar lá era preciso enfrentar mais ou menos 150km de estrada. Sendo que um pouco mais da metade teríamos que entrar em estradas que não são à moda highways onde a estrada é larga e tudo o mais. Não que essas outras não estejam em boas condições ou que tenham muito tráfego não. Esbarramos, ou diria melhor, caímos num outro problema.... hehehehehe

Como eu não fazia a menor idéia de como chegar lá, tive que mais uma vez recorrer ao Google Earth. Foi daí que eu soube dos 150 e poucos km a serem percorridos...

Saímos como planejado, o relógio marcava 8:05 no painel do carro enquanto eu manobrava o carro na garagem do hotel.... Os primeiros 100km foram tudo certo. Pegamos algumas estradas, passamos por algumas cidades, tudo como anotado no meu celular (já falei que to de celular novo?! Depois escrevo sobre ele...).

Num certo momento, a partir dos 100km estávamos numa pequena estrada, onde casas cobertas de gelo e geralmente com estalactites enormes com cerca de meio metro às vezes mais, de repente terminou. No final dessa estrada tinha um T. Paramos o carro e ligamos o pisca alerta afinal tava nevando e não queríamos que nada estragasse nossa festa em Blue Mountain - apesar de saber que naquele momento estávamos sozinhos naquela estrada, diria, um pouco esquisita e, que dificelmente algum carro deslizaria a ponto de nos engavetar... Nesse T era possível ver um muro de pedra, quase como um pé de um morro que foi fatiado e ficaram pedras enormes à vista. Nesse muro o pessoal aproveitou pra colocar algumas placas, a maioria de propaganda, pura encheção de saco, nada de útil, nada que nos levasse ao caminho certo, à Blue Mountain. Foi aí que percebemos que em algum ponto tínhamos desviado do nosso rumo...

Resolvemos pegar a direção da esquerda (nesse momento não sabíamos se era norte, sul, leste ou oeste). Andamos uns 3km onde começaram a aparecer algumas casas. Avistamos um posto de gasolina e resolvemos parar o carro e perguntar a direção certa. No posto tinha uma lojinha de conveniência e dentro tinha a única pessoa daquele estabelecimento. Sim, porque frentistas no Canadá nem pensar. Mas também, quem é que gosta de ficar ao relento, na rua, com menos 15 graus e com rajadas de ventos que fazem baixar a sensação térmica pra menos 35. Assim como vários países, gasolina, só com cartão de crédito. É quase como buffet, vc se serve a quantidade que quer, coloca no carro como quer, ninguém te explica nada. O máximo que vc vai ver é a maquininha do cartão de crédito com uma interface idiota e infantil que não ajuda em nada... Quando usamos o troço pela primeira vez, parece que vai jorrar gasolina pra todo o lado e sinceramente, ainda não me acostumei.....hehehehe. Fora o frio, ficar esperando o tanque encher é um pé no saco! Bom, mas onde estávamos mesmo?! Sim, no posto de gasolina. Nesse a atendente era uma senhora gordinha e alta, gringa, da pesada mesmo, toda despenteada coitada, tb era relativamente cedo e com o frio que tava fazendo, ela certamente achava q não teria muita companhia... Perguntamos pra ela que direção tomar e ela nos disse: voltem até o stop signal que vcs acabaram de passar, dobrem à direita que vcs vão chegar na 124, sigam sempre reto!

Já estávamos percorrendo uns 8 km quando comecei a sentir a sensação de que devíamos avistar alguma coisa, alguma placa, algum indicativo. Sentidos à postos! A única coisa que sabia era que a estação de esqui ficava numa cidadezinha chamada Collingwood... Finalmente as placas começaram a aparecer. De repente, avistei uma apontando pra direita e com um desenho de avião em cima. Pensei: é essa mesmo! Dobramos à direita mas após percorrer uns 200m lembrei que o avião em cima da placa poderia significar outra coisa. Assim que me dei conta de que provavelmente estávamos errados resolvi dar um U na estrada, meia-volta. Calculei direitinho e tal.... Vou diminuir tudo, sair um pouquinho fora da pista pra virar totalmmmm&*&@$.................................... Caímos. Senti o carro inclinando lentamente pro lado do carona, como se a parte que sustentava o carro do lado direito fosse sendo tragado pra baixo... O carro ficou tombado, com somente as duas rodas da esquerda mal e porcamente encostada na pista, uns 40 graus inclinado para a direita, pra baixo.... O carro ficou inclinado pro lado de fora da pista, quase capotado.

Foi nesse momento que percebemos o que aconteceu...

Vou contar na Parte II, como foi o nosso resgate...rsrsrsrs. E também o que diabos nos aconteceu! ...hehehehe

ps: Para aqueles que estão com dúvida quanto à minha integridade física, dêem uma olhada no cara da primeira foto onde diz Blue Mountain. Se vocês perceberem bem, mas bem mesmo... Percebeu? Sou eu!! Mas não ficou muito boa.... A neve cobriu meu rosto se não vcs veriam a minha careta que fiz pra foto....rsrsrs

Monday, February 12, 2007

Até aqui tem isso....

Ontem fomos num shopping que fica à uns 24km do nosso hotel. Nos disseram que lá tinha bastante lojas Outlet (vulgo bastantão...hehehe). Como sempre, quando nos disposemos a ir mais além acabo sempre dando uma olhada no Google Earth pra saber o melhor caminho, distância a ser percorrida, etc...

Dessa vez não foi diferente. Precisava pegar uma estrada ao norte e depois pegar outra (407 road) em direção ao oeste e andar uns 16km. O problema que nem tudo sai sempre como planejado. Acabei entrando uma antes e estragou tudo. Tive que voltar pra estrada, entrar em alguns trevos até chegar no lugar que queríamos... Entre uma entrada e outra percebemos que tinha um monte de câmeras em cada entrada/saída da 407. Estranho né? Foi daí que pensamos na possibilidade de ser um maldito pardal... Será que era mesmo?! Bom, a medida que íamos andando pela estrada pudemos perceber que a cada entrada/saída tinha aquelas câmeras empuleiradas em placas. Passamos a olhar cada carro e cuidar a velocidade.... Vimos uma caminhonete passar a quase 140Km/h. Ufa, que alívio... já estava pensando na multa que não seria nada agradável...

Então hoje no trabalho, comentamos que fomos lá no Shopping e contei também que acabamos saindo pela estrada errada e tivemos que fazer várias voltas pra encontrar o troço... Foi daí que alguém nos perguntou se nosso carro tinha o transponder. Eu disse: como assim, transponder?! Como estávamos no laboratório, onde tem um monte de frente-de-caixa pra testarmos o sistema, as outras duas pessoas automaticamente se viraram ao escutar tamanha surpresa minha....hehehehe. Em pensamento soltei um Oh-oh! Eles se viraram e disseram: - vcs não sabiam que aquela rodovia eles cobram pedágio a cada vez que tu entra ou sai?!

Espero que a SAP reembolse a cagada q fizemos....rssss...

ps: Esse é o caminho que eu deveria ter percorrido.

Tuesday, January 23, 2007

Minhas primeiras horas no Canadá

Demorei um pouco pra contar como foi a chegada aqui na terra do Syrup, mas acho que vale a pena escrever o conto no blog porque foi um dia bem, eu diria, atrapalhado....rssss

Primeiro porque na hora de pegar as bagagens eu percebi que os carrinhos que usamos pra colocar as malas são pagos. Não são de graça como no Brasil. Quando percebi o fato corri para um ATM (aqui é o nome que eles usam pra caixa eletrônico). Pra minha falta de sorte (não pronunciar aquela palavra que vcs sabem bem porque pode chamar, sabe como é...rs), o "ATM" estava fora de serviço. Pensei, tô fud... vou ter q carregar essas duas malas (literalmente) sem ajuda. Olhando melhor, percebi que tinha ao fundo um quiosque onde podíamos trocar dinheiro. Cheguei pra mulher e perguntei se ela trocava aquele monte de notas amassadas de reais (detalhe, notas de um e de cinco). Como ela disse que sim, resolvi trocar todos os meus petebês que tinha no bolso. O fato é que a consegui a moeda de $2 pra poder me ajudar a carregar as malas.


O problema que peguei o carrinho mas fiquei uma hora esperando as malas chegarem (nossa, o nome mala pra mim nunca foi tão ao pé da letra como hoje....rs). O cara do aeroporto disse ao microfone que as malas do nosso vôo iriam atrasar, mas que eles deveriam liberar ASAP. Como nessas horas que chegamos num país onde geralmente nós, estrangeiros, ficamos na dúvida como seremos tratados na imigração (nessa hora eu já tinha passado, mas sei lá né, a gente nunca sabe....rs) fiquei por alguns segundos encucado com o "ASAP” dele. Isto porque o nome da empresa que estou trabalhando é SAP e colei um adesivo pra diferenciar das outras e evitar extravios. Logo achei que tinha dado algum problema com a minha mala.....Ainda bem que minha atucanação durou apenas pouquíssimos segundos pois logo lembrei que o acronema ASAP em inglês significa As Soon As Possible, ou seja, tão logo quanto possível (entre outras traduções pra português). Dei graças novamente as minhas aulas de inglês....rs.

Bom, depois de ter esperado um tempo considerável as malas, tinha que enfrentar as ruas. Da outra vez que fui pros EUA minha irmã estava lá pra me pegar e tudo o mais. Dessa vez, era tudo comigo... Bom, como os PTBs deram pra míseros dólares, era impossível pagar o taxista. Sendo assim só me restava me dirigir à um ATM (funcionando, claro...), pegar uma grana e ir pro ponto de táxi. Certo? Errado. Eu estava com um cartão Visa Travel Money, como se fosse um cartão de débito do Visa, e achei que não teria maiores problemas com o dito cujo. Esse meu erro. Ao procurar os ATMs e percebendo que os mesmos não aceitavam o Visa, eu acabava me dirigindo ao próximo, pensando eu que uma hora ia encontrar algum que aceitasse o meu cartão. Depois do quarto ATM que não aceitava, resolvi perguntar pro cara das informações se ele sabia de algum que aceitava o Visa. Pra minha surpresa ele me disse que não tinha nenhum no aeroporto. E pra me sacanear ainda mais, me deu a ótima idéia de pegar um ônibus até o hotel. Você pegaria um ônibus com quatro malas (duas eram de mão) sem saber conhecer nada das ruas, sem saber onde descer, vc pegaria??? Pois é, eu também não....rs

Mas eu tinha que ter dinheiro, ninguém trabalha de graça... Foi então que me dirigi à um outro quiosque de informações. Esse segundo o cara foi mais eficiente. Ele disse que os taxistas aqui no Canadá aceitavam cartões, inclusive o Visa. Agora bem informado, saí a caça de um taxista. Comecei a procurar onde eles estavam aquela hora da manhã (isso era por volta das 7:30 já e estava a recém amanhecendo...). Não achava de jeito nenhum. Cada um no aeroporto me dizia uma coisa (cheguei até a duvidar do meu inglês....hehehehe). Mas acabei achando um.

Como eu ainda, apesar de tudo, estar em sã consciência eu perguntei pra ele se ele aceitava o "Visa". Exato, eu só disse "Visa". Não disse: "Visa Travel Money". Como aqui os taxistas são chiques (esse tinha uma Mercedes novinha) ele, à minha pergunta, soltou um belo sorriso.
For sure my friend, please get into the car. No meio do caminho... No meio do caminho me veio um lampejo. Pensei comigo mesmo enquanto admirava uma porção de prédios super legais (como o da IBM, Nissan, DELL, AMD, etc), será que o "Travel Money" do Visa ele aceita?! Me deu um nó no estômago.

Dito e feito! Quando o taxista chegou no hotel e dei o cartão pra ele passar na maquininha que fica dentro do carro (não disse que eles são chiques por aqui?!) percebi que o meu temor estava por vir. Quando ele olhou melhor pro meu cartão e viu que era um Travel Money, se virou pra mim e disse: I cannot accept this card SIR. (onde estava o friend mesmo?!). Imediatamente ele ter soltado a frase imagino ele ter pensado: chinelo (eu) é fogo, vem pra cá e não tem dinheiro nem pra pagar um táxi!! :)

Saí do carro, pedi pra ele esperar alguns instantes pra eu entrar no hotel e pedir alguma ajuda afinal de contas minha mala estava dentro do porta-malas ainda! :) Quando cheguei no lobby do hotel, percebi uma ATM lá no fundo. Andei rapidamente até lá mas a danada tava fora do serviço. Minha sorte que o atendente disse que do outro lado da rua tinha um banco e que eu podia tentar. Saí do hotel, com apenas um blusão e me aventurei a ir do outro lado da rua, sacar o dinheiro, encarangar de frio e pagar o paciente taxista.

Depois de fazer o check-in no lobby do hotel, fui direto pro quarto. Quando entrei pela primeira vez e vi as duas camas gigantes, pensei comigo mesmo:

- Putz, vou ter que descer tudo de novo porque a mulher me deu o quarto errado. Certamente esse quarto não está compatível com a política de reembolso da SAP. Desci tudo de novo, me atrapalhando com o elevador. Chegava no hall do elevador e apertava o botão. Quando o bendito abria a porta, não dava tempo de entrar pois até pegar as malas o maldito fechava a porta (comigo no meio, claro.... amassando o boca-aberta aqui...hehhehe). Atrapalhadas a parte, desci e foi q ela me disse que não tinha mais quartos com apenas uma cama e tive que aceitar assim mesmo. Dias depois descobrir que a diferença era ínfima e não teria com o que me preocupar com a mordomia....

Finalmente eu comprei a máquina fotográfica. Durante bastante tempo fiquei na dúvida entre a Casio Exilim EX-Z60, HP R927 e a Canon SD600. Acabei optando pela Canon SD600 devido ao custo benefício ter sido bem melhor.... Deu uns $299 mais uns $50 de imposto. Falando em imposto, aqui o imposto é bem salgadinho como vcs podem ver. A única diferença, nem um pouco sutil se é que vcs me entendem, é que aqui no Brasil não vemos a cor de boa parte desse dinheiro. Mas tudo bem, só quis abrir um parênteses sobre esse fato pitoresco...rs.

Agora com a máquina, pretendo fazer passeios mais interessantes como conhecer a CN Tower, ir para alguma estação de esqui, ir pra lugares mais distantes, etc... Tudo, claro, com a máquina a tira colo.

Pra vcs que tem alguma curiosidade em saber como andam minhas acomodações essa é a foto do meu quarto. O tamanho é ótimo, tem duas camas de casal, banheiro, escrivaninha, aquecedor, etc...

Sunday, January 21, 2007

Agora ninguém nos segura


Finalmente alugamos o carro. Não agüentava mais ter que esperar toda vez que chamávamos o táxi por telefone, guardar os recibos, etc. Agora fica mais fácil porque entra tudo na conta do cartão de crédito e só precisamos nos preocupar uma vez por mês com o pagamento. Fora a liberdade que todo o carro que fica à disposição na garagem dá.


Combinei com a agência de turismo da SAP que fôssemos pegar o carro por volta das 18:00. Não queríamos criar muita expectativa quanto ao modelo do carro pra não nos decepcionarmos depois...rs. Lá na Hertz, onde alugamos o carro, preenchemos formulários, o atendente copiou alguns dados da nossa carteira de motorista do Brasil e finalmente pegamos a chave do carro. E o modelo?? Bom o carro que nos forneceram é um Corolla completinho. Só falta nos dar a dica agora de onde comermos melhor, onde sair pra passear, etc...hehehe

Vocês lembram daquele troço pra tirar a neve de cima do carro que tentei descrever em algum post anterior? Pois é, a bugiganga tb veio junta nesse carro... Acho melhor nos acostumarmos com a idéia de ter q tirar o gelo de cima do carro sempre que deixarmos ele descoberto...

Tuesday, January 16, 2007

Freezer da cerveja


Hoje está muito frio. Frio mesmo, mesmo com céu, sol e azul... Hoje se eu visse um freezer igual àqueles de cerveja que marcam a temperatura, geralmente negativo, nos bares, ligado mesmo, eu não me importaria, me abrigaria dentro dele...


Na rua estava vários à baixo de zero. Ao meio-dia saímos pra almoçar à pé, e fomos obrigado a enfrentar o frio... Usei tudo o que eu tinha direito, menos a ceroula que a minha sogra me deu de aniversário mês passado... Aqui cabe uma observação, se eu tivesse no Brasil certamente teria vergonha de dizer que eu tenho uma, guardada no armário. Mas como estou no Canadá, nossa, agora dou valor à magnânima vestimenta...hehehehe. Esqueci de botar a ceroula logo hoje! Mas tudo bem, o resto compensava e como estávamos caminhando, não muito rápido pois a neve tomava a calçada, não tive maiores problemas...

Vou ter que comprar um par de botas. Sapatos e tênis acabam ficando úmidos demais por causa da neve e o pé congela literalmente....

O Paulo, um senhor brasileiro que trabalha no mesmo prédio da SAP, disse que a neve foi boa pra ajudar o pessoal das máquinas que limpam as ruas. Ele disse que desde 88, quando ele chegou aqui, não viu um inverno tão quente quanto o de agora. Imagina?! putz... Ele falou que nessa época às vezes chega em -30oC ou "um pouco menos". O negócio é se preparar...hehehehe. Espero que eu esteja mais pra Formiga que pra Cigarra nessas horas...hehehe

Ah, agora de noite acabei entrando na comunidade do orkut chamada Pinha (de pinheiro). Acho que ela vai ajudar para a hora do mal tempo....hehehhe. Outro dia eu conto... :-)





Monday, January 15, 2007

Caos no trânsito

Hoje pela manhã acordei por volta das 7:20, como sempre, pois deixo o rádio-relógio sempre nesse horário. Dou um simples toque no botão (snooze) pra direita, outro pra esquerda (ainda estou sem celular) e tá dada a partida do meu dia. Isso se eu não pegar no sono novamente e acordar meio-dia, o que não teria sido nada mal hoje de manhã.

Nesses minutinhos enquanto ainda me espreguiço na cama, me chamou a atenção um barulho como se alguém tivesse raspando a parede do quarto ao lado ou de algum outro aqui do andar. Até porque as paredes aqui são todas revestidas com um material que lembra madeira misturada com papel e, à qualquer toque, a gente escuta! Acontece que esse barulho xarope me fez levantar da cama pra descobrir o que era. Foi quando percebi que o barulho vinha da janela... Olhei pra baixo e vi os felizes proprietários (não muitos, dois, mas suficiente pra descobrir o que era) dos carros que estavam no estacionamento (não preciso falar que esse é descoberto né? ...hehehe). Achei que fosse um dia normal, mas não era....

Fiz tudo que normalmente faço, acordo, tomo banho, me visto, tomo café e peço pra(o) atendente chamar um táxi pra gente. Ficamos 40 minutos esperando no lobby, 40...

Olhando melhor pra rua, não caia neve, caia gelo... Não em pedaços, mas em farelos... Sabem quando a gente pega um furador de gelo e enfia no buxo do coitado e salta gelo pra tudo que é lado? Esses são os farelos.... Como esses não degelavam, ficava uma camada de gelo suficiente pra grudar nos carros para obrigar as pessoas a usarem um troço que de um lado é uma escova, onde tira a camada de neve mais fofinha, e do outro tem uma ponta que serve pra literalmente raspar o gelo de cima do carro (vidros principalmente).

A neve e o gelo (agora eu sei que são coisas diferentes nessas situações.....hehehe) acumulavam nas ruas e impediam que os carros rodassem como eles normalmente fazem. Esse foi o motivo de tanta espera no lobby....

Nesse exato momento, já meio tarde, posso escutar lá fora (de leve...) as máquinhas desobstruindo as ruas por causa do gelo acumulado....

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A foto ali do começo foi tirado pelo Maurício (o quarto dele fica no 9o andar e o meu fica no 6o) antes da neve que apareceu nessa última madrugada. A foto a seguir é a rua antes da neve e do gelo terem caído....